San Francisco, 26 abr (EFE).- O prazo que a Microsoft deu ao Yahoo! para aceitar sua oferta de compra termina hoje sem que o portal de internet tenha reagido à oferta da gigante do software nem tenha sido lançada uma nova proposta, dessa vez hostil.
A Microsoft deu prazo até hoje ao Yahoo! para decidir a respeito de sua oferta de US$ 44,6 bilhões e alertou que, caso a resposta fosse negativa, poderia "falar diretamente com os acionistas", nas palavras de seu executivo-chefe, Steve Ballmer.
Nem a Microsoft nem o Yahoo! fizeram hoje declarações sobre o fim do prazo e a maioria dos especialistas acham que a empresa fundada por Bill Gates concederá ainda um período de reflexão até segunda-feira para o portal.
O Yahoo! afirmou em várias ocasiões que a oferta não avaliava suficientemente seus ativos e insistiu que a empresa tem um enorme potencial após dois anos de letargia e decepções para os acionistas.
Nas últimas semanas, o portal se esforçou para mostrar ao mundo as previsões otimistas de crescimento e anunciou que sua renda atingirá US$ 8,8 bilhões anuais em 2010.
O Yahoo! esclarece, além disso, que hoje a quantia sobre a mesa é na realidade menor que a oferecida há três meses porque a Microsoft se comprometeu a pagar parte em ações próprias e estas caíram aproximadamente 10% desde então.
Levando em conta esse dado e o valor dos títulos da Microsoft hoje, o grupo estaria oferecendo agora apenas US$ 29,68 por cada ação do Yahoo! e não os US$ 31 do final de janeiro.
Os especialistas acham que a Microsoft poderia lançar uma oferta hostil e tentar convencer diretamente os acionistas de que a atual direção do Yahoo! nunca conseguirá elevar o valor de suas ações sobre esta quantia.
A Microsoft poderia, inclusive, tentar substituir os membros da atual diretoria da Yahoo! por outra equipe mais propícia a uma aliança, um procedimento que nos EUA é conhecida (em inglês) como "proxy battle".
Outra possibilidade que ganha cada vez mais força seria a Microsoft decidir, simplesmente, atirar a toalha e esperar por um momento mais adequado no futuro para tentar adquirir o Yahoo!.
Esta semana, Ballmer deixou entrever que a companhia está considerando esta opção ao assegurar que "se os acionistas da Yahoo! quiserem, maravilhoso, mas estamos preparados para continuar nosso caminho sem uma fusão".
No entanto, muitos analistas opinam que a Microsoft não pode desistir do Yahoo! se quiser assegurar a sua estratégia na internet e enfrentar seu concorrente Google, líder em buscas na rede e em publicidade on-line.
"Achamos que a Microsoft está muito comprometida e é pouco provável que abandone (a oferta)", disse Brent Thill, analista do Citigroup, em comunicado.
Com o que praticamente ninguém conta é que a Microsoft eleve sua oferta para mais de US$ 31.
Por um lado, esta quantia está praticamente no limite do que o grupo pode se permitir e, por outro, a Microsoft não tem necessidade de fazê-lo porque o Yahoo! também não pode garantir que seus planos de negócio irão fazer disparar o valor de suas ações.
Tanto Ballmer como outros diretores da Microsoft deixaram claro que não cogitam elevar a oferta e se mostraram pouco impressionados com os resultados trimestrais favoráveis - o lucro quadruplicou - publicados pelo portal esta semana.
"Nossa oferta é mais do que generosa, aproximadamente oitenta vezes o lucro do Yahoo!", disse recentemente Ballmer. "Estamos oferecendo um enorme montante de dinheiro". EFE
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